Hoje vou contar uma expressão da mãe Verinha que achamos muito engraçada. Quando falávamos algo divertido, fazíamos uma careta fora de hora, inventávamos uma dança desengonçada, vestíamos uma roupa que não combinava com a ocasião ou contávamos um “causo” sem propósito, mamãe dizia sempre: “Paiaçada!”. Pronto, era um riso só. Aquilo queria dizer uma de duas coisas, ou era algo que ela não estava aprovando ou apenas tinha achado graça mesmo. Vou dar dois exemplos. No casamento da Mariana, a filha mais nova, conversando com a mamãe por telefone pra combinar os últimos detalhes (lembrando que morávamos em cidades diferentes e o telefone era nosso fiel aliado) eu, com o meu “estilo” natural de ser, disse que só queria que marcassem hora no salão para arrumar o cabelo, pois eu mesma faria uma maquiagem leve. Foi um prato cheio, mamãe disse em alto e bom som: “Paiaçada!”. Resumindo a conversa, não tinha a menor chance daquilo acontecer, ficaríamos as quatro no salão para fazermos cabelo e maquiagem e ponto final. Outro exemplo era quando juntavam as três filhas em sua casa e nós nos abraçávamos para eu recitar o seguinte versinho: “A mamãe tem três filhinhas. A mais nova é descolada, a do meio a sabidinha e a mais velha a bonitona!” Era automático: “Paiaçada!”, mamãe já dizia rindo e o meu prazer era esse mesmo. Provocar risos fora de hora com coisas cotidianas é “Verinha de tudo!” (Leonora)
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